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domingo, 22 de agosto de 2010

Arquétipo



Te afago á distância
Uma saudade encaracolada
Cheirando a poeira...
Sussurro teu nome entre as cobertas
Pelas passagens entreabertas
Da minha insônia.
Imagino teus olhos, tuas mãos , teu nada
Enquanto ris ou envolves minha cintura.
Sorrio enquanto me provocas
Me faço frágil, deitada te observo
Apolíneo, dourado com olhos que mudam de cor.
Artemiso calmamente pela tua pele.

(Carolina Veríssimo)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010


Os pés no piso frio
(tu vai ficar doente)
eu devagar sorrio
um riso reticente.
enquanto estalo os dedos
ou mexo nos cabelos
falando de astronaves
ou coleção de selos.
ás vezes até me iludo que
você prestava atenção em mim
as vezes quando eu perceber
tão longe eu fui por fim.
nem calos nos pés
nem mesmo sapatos
nada vai resistir
a verdade dos fatos.
eu tentei te mostrar
um poema em carne viva
mas você sempre nunca
prestou atenção em mim

(Carolina Veríssimo)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Auto análise


Parece que aos poucos vamos ficando cansados de gritar e olhando mais para nossas próprias cicatrizes.Creio que deixar de olhar o mundo com revolta e passar a olhar com revolta a si mesmo é um movimento natural do ser humano.
Ocupamos mais nosso tempo com nos consolar pelas nossas perdas e pelos nossos danos que muitas vezes somos nós (não conte a ninguém) que causamos.
As vezes olhamos estupefatos que na frente do espelho a gente envelhece dentro de roupas baratas sem saber mais o que é de bom tom sentir a respeito da vida.
Sem saber mais a palavra que falta vamos optando pelo silêncio até esquecermos o som da nossa própria voz...
O cansaço chega e fica como aquela tia que vem para uns dias mas traz uma mala enorme e se instala, ocupa os armários e os espaços e vai ficando por preguiça que tem de partir.
O espelho restou para eu poder olhar que de tudo o que passou ficamos só com as marcas que sobram para nos lembrar que não deveríamos mais cometer os mesmos erros. Mas quem foi que disse que todo mundo passa de ano sem recuperação quando tem de aprender essas coisas?
(Carolina Veríssimo)