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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Desnuda

Atormentada, pelo que não julgava mais sentir,
 eu tiro a máscara e a roupa, eu peço arrego
e eu digo que amo, me entrego e me apego
Pra logo depois respirar fundo e partir.

Tem uma coisa que fica na parte fora do controle
(E quase tudo é fora do controle,)
Você veio de denovo
e me tirou pra dançar com o impossível.

Você flerta com meu lado mais insano
E eu sei que depois sou eu que me dano
 Por isso é que eu sei que tenho que ir...

Embora eu não saiba nem pra onde
(Diz um lugar onde a gente se esconde)
Daquilo que sente sem querer sentir.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012


Andei de olhos fechados na beira do abismo
Sobrevivi a solidão e a peste negra
Galgo meu caminho e conquisto diariamente o
Direito de seguir por ele quase em paz
Sem quase mais nada.
Ergui e destruí impérios imaginários
Um milhão de vezes já saí de escombros
E no final, e a uma certa altura...
Não sobra nem  o se orgulhar de ser forte.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Eu não sei andar de bicicleta


Eu não sei andar de bicicleta
E outras elementaridades igualmente desconheço.
Da arte de se equilibrar, analfabeta...
Eu sigo a pé mesmo, e entre tropeços.

Eu não sei andar de bicicleta
E por algum motivo sempre fui avessa
Talvez por me sentir meio pateta
Ou por ter sido sempre de veneta.

Eu não sei andar de bicicleta,
E talvez esse nem seja meu pior defeito
Tem certas coisas minhas, tipo esta
Que hoje em dia passam e eu até aceito...


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Fantasia neurótica e saudosista.

Eu imagino que eu ficava fotografando você...
O ângulo das suas costas que eu gosto,
Do seu olho caído, do tamanho dos seus pés.
Fotografando apenas mentalmente, é o que eu quero dizer...
Olhando sem me mover, memorizando cheiros e paladares...
Memorizo todos os teus gostos na minha língua...
Sentindo-me pequena e convulsa sob o teu corpo,
Percorrendo teus cabelos, ficando aos teus pés, na altura do sexo
Na mais extrema doçura e servilidade...
 E murmurávamos absurdos um para o outro,
Sua antiga amiga e prostituta preferida....
 E você punha os meus cabelos para o alto...
Sussurrava algo pra mim, que vindo de você...
Até a tabuada de sete seria o máximo ao pé do ouvido.
Meu sequestrador, meu algoz e meu terno menininho...
Ainda não inventei o que eu quero que você seja.

domingo, 23 de setembro de 2012

Há algo violento e insano que em mim foi acordado
Está se revolvendo em minhas estranhas entranhas
O antigo desejo de fuga.
Sinto teus calafrios na minha pele
Ouço teu mudo pedido de ajuda.
"Deixe-me" murmuro sem vontade,
enquanto você se enrola pelas minhas pernas.
Sofro a loucura dos aprisionados e sinto o apelo nos meus pesadelos
Cansada de parecer com o que não sou.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

E é só minha essa melancolia que eu carrego
e aparece e me apetece de quando em vez...
E fico assim no meu canto,não adianto
O que tem de ser.
Acho que gosto do gosto que as lágrimas têm.
E aceito, espero...
Afinal, tudo passa.
E o meu bom humor não convence ninguém,
Eu não preciso estar só mas as vezes escolho, me encolho
convencida que ninguém entende, o nó na garganta que não para
A velha dor que nunca sara e que acho que me convém.

terça-feira, 24 de julho de 2012

O universo habita em mim

As vezes preciso de ausência e de silêncio
A sós comigo é que me reconheço
Somente no meu próprio eco
É que encontro vestígios de mim mesma.
Então sigo meu próprio rastro
Procuro-me no vento, nas luas, no tempo...
E percebo, que a um tempo estou em cada um deles
E estão em mim eles também.
Sinto que mesmo comigo mesma
Jamais estive só, pois o universo habita em mim.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Para os dias tranquilos


As coisas mudam de figura
E o que fica no final
O meu sorriso blasé
Sem saber porque.

Haverá algum lugar
Onde alguém como eu
Possa estar e esperar
Alguém como você
(Se você existir)
Chegar.

Faço versos pra ninguém
Enquanto estou sozinha
Mas no meu mundo
Hoje, no fundo
Ninguém está só.

 Passam os dias vazios
Fica o tempo, fica o vento
A sussurrar,
Pra eu não desistir
Pra eu continuar.

Com o mesmo sorriso
Porque eu não preciso
Mais voltar.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

BACK TO BLACK

A voz macia e levemente entorpecida sussurra que voltará ao luto... tenho escutado quase todos os dias essa música, penso quase todos os dias nos erros cometidos, se poderiam ter sido outros, se eu precisava me enganar desse modo para enxergar além do meu próprio umbigo.
De olhos fechados fico meditando sobre a minha impotência perante algumas das minhas vontades, sobre o meu desejo de controlar o mundo como a um teatro de marionetes da minha auto-satisfação. É, baby, o mundo não para de girar  só porque você se frustrou nem conta se é a milésima vez.
Fique com seus sentimentos, lide com eles, me desafia o Sr. Terapia, e eu continuo me vendo perdida e sozinha dentro deles, como uma pobre menina rica ,vendo um a um seus brinquedos perderem a graça ou quebrando -os na parede. Cante para mim Amy, enquanto me consolo e busco minhas respostas,crio meus grilos e tento finalmente amadurecer. Nessa minha pretensão de  entender o mundo, as pessoas e os sentimentos delas, sendo que os meus próprios são um terreno perigoso para mim. Cante enquanto curto a minha ressaca de mim mesma, o meu cansaço, enquanto brinco de ser deus e me desconsolo sendo só poeira.
  Tento acordar dos meus sonhos, viver o meu dia o melhor que eu posso e não me colocar mais em situações patéticas.
Aprendendo com os meus próprios equívocos enquanto rogo sabedoria para aprender com os tropeços alheios.
Volto para o luto, volto para mim mesma , enquanto vou tentando lidar com o que está em volta.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Sonetinho

Calada por mais uma decepção
Enfadada pelos dias que devassam
As coisas a minha volta me ameaçam.
Os meus amigos é que tem razão

Devia não sentir intensamente
Devia até falar só mais um pouco
Sobre esse meu pouco meio louco
E o outro pouco já meio dormente.

Devia até contar -mas eu me calo
Tudo o que passa na minha mente
Espero - e eis que tenho um estalo.

E com a areia do tempo pelos dedos
Me desvencilho dos meus próprios medos
Desejo louco de seguir em frente.

( Pronto Paulo Lerina, não precisa chorar, eu posto!!)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Até logo

Tudo quase certo como quase sempre esteve
Sempre o mesmo vazio quase no mesmo lugar
Ficaram as janelas abertas e as xícaras sujas de café.
Ficou um cinzeiro fumegante e o espaço vazio.
Ficou uma torneira pingando e o meu nariz.
Queria saber chorar a seco, mas não posso.
Como você diz devo ter um pacto com as tempestades,
e eu acho que com todos os desastres naturais.
Ficou o vento gelado nas cortinas e o pensamento onde eu não posso estar.

domingo, 22 de abril de 2012

Medo

Sinto-me tão bem, que mesmo apesar do medo
De estar assim feliz, sorrio.
E nesse sorriso que o meu medo pauta,
Hora eu tenho e noutras sinto falta.
Sinto-me feliz no fundo,bem dentro.
Sei, que tudo está onde deve estar
E que as coisas vêm pra eu aprender
A sentir dor, mas sem sofrer.
A sorrir e mesmo seguir em frente
Mesmo com esse medo sempre rente,
Aqui com o coração sempre a bater.


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Estupidamente necessário

O amor é maior do que os pedidos  frios de desculpa,
 As vezes é apenas saber  deixar ir
Será que o amor também ensina a esquecer?
Tudo o que eu queria entender é de que forma sentir essa dor
Me tornará alguém melhor.
De que maneira atravessar a tempestade me fará ficar mais forte.
Porque agora eu só me sinto cansada e triste.
Porque agora eu só me sinto
Completamente só.
Vendo um rosto em todos os outros onde ele não está.
Feito um soldado, lutando contra um inimigo que está dentro de mim.
Uma fiel fervorosa pedindo que a exorcisem,
Um paciente de câncer implorando ao médico que lhe arranque o tumor,
Mesmo que perca alguns outros bons pedaços junto.
Alguém tão miserável que aceita tudo que faça a dor passar.
Alguém que espera acordar e ver que foi tudo um pesadelo,
Que só quer um lugar seguro onde ficar.
Eu queria esquecer o que experimentei
Como uma nova droga superpotente que me levou ao topo e derrubou de lá.
Que me deixou de fato, feito um trapo, feito um gato
Lambendo as feridas e esperando sarar.



sexta-feira, 13 de abril de 2012

Desculpas X Perdão

Gostaria de ressaltar a diferença que existe para mim entre um reles pedido de desculpas e um gesto de perdão. Um pedido de desculpas normalmente é movido pelo desejo egoista e inconciente de se livrar das responsabilidades sobre os seus atos e escolhas. É algo entre meu ego, meu sentimento de culpa e o desejo de falta de memória do outro.É um mero desejo de não ter feito. Um liquid paper emocional que quase nunca surte efeito.
O perdão prescinde a vontade de mudar, e agir de outra forma, de não tropeçar nas mesmas pedras, de deixar o ego em função do espírito, perdão é um gesto de amor de quem dá e de quem recebe.
Lí num livro, recentemente que perdoar é tirar as mãos do pescoço do outro. E a primeira pessoa que eu preciso perdoar ainda sou eu. Preciso do meu perdão por todas as burradas que fiz, por todas as dores que me causei por imprudência, por todas as vezes que repeti enganos sem conseguir aprender nada,por todas as vezes que fui minha própria inimiga. E sendo eu responsável por tantos dos meus sofrimentos, como posso negar um gesto de desapertar o pescoço do mundo, das pessoas, de qualquer pessoa.
 Eu preciso perdoar, nem que seja pra praticar, pra deixar a vida seguir seu curso, deixar as feridas tornarem-se cicatrizes e sinais de alerta sobre os meus próprios limites,mas não muralhas ou armaduras para a vida.
Preciso perdoar para aceitar que nem sempre as coisas são do meu jeito, e ainda bem que é assim.
Preciso perdoar para praticar o meu amor e torna-lo menos egoista e principalmente para para de viver ao redor dos meus medos e desejos, me dar uma chance de ser melhor.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Entre mortos e feridos

Mais um pedaço da minha crença nas pessoas  sepultado
Eu devia ter me apressado antes de ser mutilada
Denovo,cansada em pedaços.
Denovo lamentando ser humana suficiente pra sentir.
Denovo só, da porta de mim pra dentro
Duvidando se realmente tinha alguém...
Esse nó estúpido na garganta
Lutando sozinha pra acreditar
Que essa mesma dor
Denovo tão estranha
Um dia vai passar.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Areia movediça


Enquanto afundo, me afogo dentro de mim mesma
Chamo teu nome, soluços entrecortados
Tua ausência também me causa arrepios
Assim como teu corpo quente.

Espero,morta de medo que essa paixão me absorva
Me consuma, me trague, me engula
E depois me devolva nua para o mundo real
Como num renascimento.

Te descubro aos poucos, ao mesmo tempo
Entretanto mal apenas te conheço
Os teus fantasmas me assombram já também

Difícl pedir pra ficar, absurdo deixar partir
Espero o deserto me engolir,alguém me debochar
Espero o teu abraço para me acalmar.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Espera

Eu lido com as frustrações
Te espero
Teço o gosto tênue que desconheço
Te espero
Aprendo a ter paciência
Te espero
Tento até parecer adulta
Te espero
Eu desminto morta de vergonha
Te espero
Tenho vontades estúpidas
Te espero
Fico sem graça
Te quero

( usando a minha total licensa poética para ser piegas nesse presente momento da minha vida)

quarta-feira, 21 de março de 2012

NOVOS ERROS

O tempo passa inconstante e incontestável
Me marca até pelo avesso
E me mostra certas coisas minhas que eu desconheço.
E  eu me vejo diferente,sem saber se eu mudei
Ou se minha vista está ficando cansada de ver os mesmos erros.


Os dias ficam pra trás com  um gosto que já não quero
E os dias melhores que me prometeram custam as chegar
Eo que resta,no final são sempre mais que nunca novos erros para errar.

domingo, 18 de março de 2012

Queda

"Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher"
Quereres - Caetano Veloso

Tenho hoje a dizer que ainda sonho com o que não me pertence mais
Que ainda queria que tu fosse um príncipe
Que apesar desses olhos tu não és.

Eu treino  meus olhos de poeta para o real tamanho
Tento ver o mundo mais humano e não tão fantasioso
E a realidade é uma fita mética sobre meu quadris.

É o que me resta quando meu castelo de sonho  evanesce
E te leva embora logo cedo
Ja não me cabe ter medo de estar só.

E esse nó da garganta passa quando eu perceber
Que esse vazio não tem nem nunca teve o formato de ti.
Que essa armadura em teu corpo, eu coloquei em meu delírio.

És humano, e não ideal
E quando chegares mais perto
Vou chutar teu "calcanhar de aquiles" e rir.


sexta-feira, 16 de março de 2012

Retalho

Existe a poesia para abafar o choro
A métrica apesar das lágrimas
E o eterno recomeço.
Essa roda viva do mundo
A um tempo belo e imundo
Que não para de rodar.
A gente meio que cansa
Em pleno meio da dança
Sem ter aonde parar.
E já de olhos fechados
Com medo de olhar pros lados
Cansada de olhar pra trás.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Notívaga

Há uma coisa de mim  que  grita e cala
Essa dualidade eterna e imensa
De gêmeos siameses a quererem coisas diferentes.
Entre calafrios e reticências
Um vício solitário e inofensivo( quase inocente)
É tudo o que tenho.
Fico imóvel esperando que o fumo da noite se desenlace de mim
A espera de coisa nenhuma e serenamente insatisfeita.

terça-feira, 13 de março de 2012

Para Isis

Quantas vezes fui te olhar no berço, quando eras recém nascida e ver se estavas respirando.
Eu simplesmente não acreditava,que, fragmentada daquele jeito, eu podia ter gerado uma criança tão perfeita.
Passou um tempo e eu, que estava tratando de colar uns cacos, deixei de prestar atenção em teu crescimento,deixei de te ver pois já não podia nem me olhar e nem conseguia ver a vida.
Estás crescendo, queria te contar que no teu começo na creche, quando tu ficava chorando e não queria ficar lá, eu tinha que sair bem rápido porque eu chorava também. Chorei todas as vezes que não soube ao certo como ser tua mãe.Mas ri, ri com todas  as tuas traquinagens, tuas gracinhas, tuas tiradas inesperadas e inteligentes para um pinguinho de gente feito tu.
As vezes não consigo conter o orgulho, outras não tenho paciência,mas hoje eu sei que tu és o meu amor eterno, é a pessoa que vai estar comigo de alguma forma para sempre, e muitas vezes, quando me contrario ou me esforço penso que vai valer a pena só porque você vale a pena.
Um dia quando crescer o suficiente para poder entender o que isso significa, quero que  saiba que tu me ensinas todo dia a ser gente, a amar e a confiar e ter a tal da fé.
Tu és esse amor que só cresce todos os dias, a cada momento ao teu lado.
Saiba que se ser tua mãe não é tudo para mim mas com certeza é a melhor parte.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Embuste

Estou apenas tentando não me tornar uma paródia de mim,
Tentando crescer, me descobrir e deixar de ser uma criança tola...
Estou cansada de fingir que as coisas não doem quando elas me machucam sim.
Usar uma maquiagem de prostituta adulta e depois chorar feito uma criança que foi abusada.
Engolir o mesmo nó que toda vez aperta na garganta.
Seguir em silêncio quando dentro estou gritando;
Porque afinal eu não sou igual as outras??
Não preciso e não quero mais cometer sempre os meus mesmos conhecidos erros...
Quero seguir em frente e aprender o que é estar em paz.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

sempre que fico podre, insana e pervertida
relembro uma certa canção que conheci faz muito tempo
e tento cultivar o melhor em mim.
algo intacto, preservado e vagamente infantil...
algo que se cansou de viver vigiado pelo medo e pela dor.
pois há uma parte em mim que aprendeu a sussurrar em tom de voz maternal que vai passar.