Pesquisar este blog

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Gilette

Travei guerras
Por tentar ser livre
Gritei feito louca
Agudos e graves
Atrás das grades.

Fiquei ferida
Derrotada,
De outras batalhas
Sem ser heroína.

Cansada, Frustrada
Tudo o que eu mais queria
Era olhar e ver
Meu caminho aberto.

Mas as coisas não ficaram fáceis
A vida não ficou suave
Não me corrija
Eu erro por gosto
Não tenho mais jeito.

Se tomar jeito for
Seguir por um caminho
Que eu não escolhi. Cicatrizes, marcas
No meu peito aberto.

Partir-se,
Largar-se,
Pra no fim,
De certo,
Se reencontrar.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Carnaval

É sujo todo o entorno As bocas, as sarjetas E arremedos, E reentrâncias. O prazer anestesia Tudo E todos... E ninguém mais Se lembra Da marmita Faxina Chacina E rotina. O fogo Antecede a cinza. Ao riso se Sucede o luto. Ao corpo Quem me dera Alma.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

De insistir num passado doce.

Eu desejei, e de desejar cansada Parti a procurar os novos gostos Atrás de mim restaram desatinos O meu amor e um nome tatuado. Eu desejei e agora tenho nada Demasiado vazia e solitária A vagar pela penumbra Notívaga,alheia e enfumaçada. Eu desejei e agora estou cansada De noites em vão desperdiçadas Deixei pra trás o meu antigo vício E permaneço ainda viciada.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

De um túmulo vazio.

Ai,o que eu me conheço agora É um coração tal qual uma bigorna A pesar aqui dentro, em meu peito. O que digo de mim nesse momento, É que em mim jaz feito um moribunto Feito um cemitério inteiro, oriundo De abrigar o que já não tem jeito. De tudo no mundo, o que eu mais queria É que mesmo sem anestesia Que me arrancassem esse coração pesado. Que coisa mais avessa a matemática É esse coração vazio a beça Cada dia em meu peito mais pesado.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Sismógrafo.

Tem tanto tempo E foi ontem apenas Lembro teus olhos De água morna E sobre minha face Despejando as vezes. Espero no lugar de sempre Tínhamos nós um lugar de sempre?? Estás morando agora em minha mente E em cada suco do meu próprio corpo. Agora somos nós os mesmos poros Agora somos conjunção sombria E foges de mim, e já não podes.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Sobre o ser poeta.

Ser poeta não é bem um ofício. É feito ter dentro do próprio peito Um corvo a grasnar todo sem jeito Tentando se passar por cotovia. É padecer o mal de cada tempo Ao mesmo tempo cada alegria E entregar-se ao passar das horas Como a tornar-se eterno cada dia. É ser profano e crente ao mesmo tempo Vazio e cheio do que atordoa É ser quem se condena e se perdoa A cada fôlego e a cada palavra. É ser toda poesia de um dia cinza E rejeitar-se e se criar de novo. É atirar-se a si mesmo aos lobos E voltar denovo e dilacerado. Que ser poeta é ser equilibrista E bêbado, e louco e kamikazi E algo a sentir bater dentro do peito E calar e tornar a sentir sem jeito. Ser imortal e estar cansado. É ter todo tempo e todo amor do mumfo. E ser poeta é nunca ter resposta É viver a cor de cada verso. É ser mulher e palhaço E bandido e covarde... É comer palavras e pão dormido. E não ser nada E tudo ao mesmo tempo. E ser tempo que se perdeu É esquecimento e solidão É ser aquele a errar no mundo A se buscar ou acertar, senão.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A parte.

Inquieto o peito
Sem paz, sem sentimento
Inquieto jaz sem acalento
Não descansa desde que partiste
Partiu de quem parte,de sair
Partiu de quem parte aos pedaços,
E em nenhuma parte agora eu me encontro.
Inquieto o peito,
Em parte alguma
A sentir que está
Em nenhuma parte.