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quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Eviscerada
Eviscerada jaz a ave no asfalto
Vazia como uma ou outra tarde
Nada nela doi machuca ou arde
A paz está no chão e não no alto.
Pois voava outrora angustiada
O céu azul demais , demais vazio
Vazio o ninho tão distante e frio
Esperando as primaveras, o tudo e o nada.
Cessou a espera embaixo de um pneu
Num dia logo apos a madrugada
Quando o destino já não é mais meu.
E fico aqui sem esperar, coitada
Morrendo de inveja fico eu
Da ave no asfalto eviscerada.
(Carolina Veríssimo, dedicado a P.)
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
bondage
A podridão dos dias sucessivos
Onde nada nasce ou se renova
Não se planta uma semente em uma cova
Apenas se adoece repetidamente.
O enjoo sucessivo das horas moles
Que escorregadias e capisciosas passam
Me envelhecem traem e me devassam
Acordo pior enfim a cada dia.
Ninguém entende (quem entenderia)
Calo apenas e me anestesio
Espero a morte dia após dia
No meio de um incessante desvario.
(Carolina Veríssimo)
poema fálico
Você me fez sangrar,seu bastardo filho da puta.
Choro embaixo do chuveiro,estou suja, fedendo e sei que não vou dormir.
Sofro tua violência muda, teu desprezo desacelerado.
Dor no ego jogado contra a parede.
Ódio e dentes rangendo
Você não perde por esperar
Não perde por esperar...
Sussurro em meio as lágrimas de orgulho ferido.
(Carolina Veríssimo)
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