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terça-feira, 29 de junho de 2010

Agora o meu silêncio me entrega
Finjo não sentir, não ver e não querer.
Preciso me anestesiar com qualquer coisa
Preciso parar de sentir urgentemente.
Urgentemente é que aguardo o momento do dia em que vens
e com as minhas urgências estúpidas e delirantes é que sempre acabo me ferrando
Urgentemente é que dou cada vez menos tempo pra mim,
Urgentemente não resolvo nenhum problema.
Urgentemente calo este poema de uma vez por todas.

Carolina Veríssimo

quarta-feira, 23 de junho de 2010

"abstração
s. f.
1. Consideração exclusiva de uma das partes de um todo.
2. Operação intelectual pela qual se faz a a !abstração propriamente dita.
3. Fig. !Distração; arroubamento de espírito."

tirei daí ó :http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx


Uma das coisa mais preciosas que perdemos na primeira infância é a capacidade de abstrair. Eu explico: quando você brinca com um bebê de esconder o rosto entre as mãos e diz "cadê a mamãe???" e o bebê, não compreendendo que a mamãe está atrás das mãos dela, fica intrigadíssimo com o milagre que ela faz aparecendo e desaparecendo imediatamente, o bebê está abstraindo, ou seja, o que eu não vejo não está lá e foda-se.
Abstrair é preciso em alguns momentos da vida, para amenizar o sofrimento para nós livrar do tédio ou mesmo para nos fornecer a quantidade exata de ilusão para suportar alguns fatos da vida que nos envelheceriam demais.
É necessário abstrair para continuar se apaixonando da mesma maneira que se fazia aos 15 anos. é necessário abstrair para ter esperança num mundo que já está se auto destruindo desde muito tempo.
Abstração é a solução. O que não é visto não é lembrado. É isso aí.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Corte de cena


A paixão para mim sempre foi melhor por escrito. Nas histórias tudo sempre acaba bem pelo menos para alguém e há sempre alguma mensagem moral que justifica s dificuldades atravessadas.
Sou totalmente a favor de quem escreve cartas (ou hoje em dia emails) de amor. Tudo soa bem melhor por escrito que dito oralmente.
A paixão nas palavras é absolutamente mais poderosa e devastadora. Bilhetes não gaguejam, por escrito não se titubeia.
Literariamente nada pode sair do script, não ensaiamos milhões de vezes algo que acabamos filtrando para falar. Até a frustração fica melhor por escrito.
Se a noite passada fosse uma encenação imaginada por mim, com cada ato por mim imaginado eu teria mantido da versão real a chuvinha fina caindo e a luz difusa do poste, trocaria os diálogos de certo pois foram entediantes, falas longas, cansativas, trocaria os atores, muito canastrões esses dois aí ,colocaria talvez a Claire Danes e o Leo di Caprio (Como em Romeu e Julieta)... e definitivamente tudo acabaria em uma cena quente digna de um seriado nacional (Engraçadinha ou Hilda Furacão, talvez)... É claro também tiraria todo e qualquer figurante que fizesse cagada, (tipo olhar a câmera ou plateia). Só os dois em cena, a chuva caindo e a luz difusa do poste.
Eles se olham, ela sorri, ele diz que adora o sorriso dela e ela diz olhando nos olhos dele ( e não olhando pro chão feito uma adolescente idiota) Eu quero ficar com você (e não o tímido "eu gosto de você"), então ele a beijaria e corta pra cena A la Nelson Rodrigues.
Saco de realidade. Acho que vou morar no meu blog.

(Carolina Veríssimo)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

É faminta de versos e emoções que te devoro
Diversos são os motivos que nunca entendo
Eterna é a minha fome sem fim...
É febril que sussurro teu nome de madrugada
Enquanto reuno forças para partir.
Deixar-te para trás como o que não me serve
Esquecer apenas e seguir
Sem o receio de ver teu rosto virando a próxima esquina.

Carolina Veríssimo

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sylvia Plath é minha nova paixão
pelo que sinto em suas palavras
por seus poemas parecerem beijos no pescoço
por me fazerem sentir confortavelmente quente e compreendida.


Escorrego os dedos sobre tuas pernas
Percebo o calor na noite fria
Sinto o hálito de vodka misturado em nosso beijo
Era pinga, tequila e desejo.
Tudo sempre tão alcólico
Tudo tão meu e teu, imcompreensível aos outros
Vazio aos olhos do mundo
Cálido para meus dias vazios
Onde sobrevivo de lembranças
Todas tão cruas e cruéis
Tudo me consome o tempo todo
Como um maldito vício inadmissivel
Tudo te estreitar nos braços
Como Pandora a puta ancestral
Te apresento os males do mundo
Crueldade e desejo de que amadureça.
(Carolina Veríssimo)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Queria deixar o melhor de mim florescer
E entre uma podridão e outra até consigo
Procuro algo mais que um ombro amigo
Para aplacar o vazio que que eu tenho.

Tenho coisas boas pra quem ficar perto
Tenho girassois, mares e um deserto
Feito ademais pelo que desconheço
De todos os finais até o meu começo.

Prefiro hoje outras coisas á paixão
Uma outra gama de prazeres imediatos
Um tanto mais frios ou inexatos
Pelas narinas noite após noite.

Atiro as minhas dores pela janela
Nem a solidão já não é mais aquela
Nem a sós enfim fico sozinha
Apegada a minha dor e a calma minha.

(Carolina Veríssimo)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

POKER FACE


Será que não poderíamos simplesmente parar de blefar?
Jogar as claras e dizer o que sentimos?
Será que tudo um dia poderia ser do meu jeito?
Fazer logo de uma vez o que precisa ser feito.
Estou cansada do seu joguinho de esconde- esconde
Onde eu nunca encontro o que eu necessito.
Estou cansada de sentir esse desejo desmedido ,incansável e aflito.
Será que você não poderia simplemente falar
Tudo seria tão mais fácil,menos cretino
Enquanto fico aqui sentada esperando o destino...
As coisas acontecem, fico mais distante e solitária.
Eo pior de tudo sentindo-me tão otária.
Esperando o dia de você crescer
Olhando o tempo, o destino ou sei lá o que.

Carolina Veríssimo