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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

SOLAR

Espero que você venha com o sol que apareceu hoje
Para torná-lo mais quente e mais brilhante.
Espero que você chegue cedo esta noite
E poder tocar suas mãos novamente.

Espero o óbvio e o imprevisível
Espero com medo do escuro e do frio
Como quem conheceu o calor
E não admite tremer novamente.

Tenho medo, por favor me abrace
Sussurro entre lágrimas como numa prece
Fique para os meus versos não ficarem tristes.

Fique para ver os prédios do alto
O  centro da cidade entre os teus braços
A noite enfrenta quando não desiste.

Carolina Verissimo

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

PARA UMA SEGUNDA CHUVOSA E SOLITÁRIA

Algo em mim que está vazio faz muito tempo
Ecoa os pingos dessa chuva agora
E fica cheio d'água,por isso choro.
Por este vazio que está aí faz tanto tempo,
E que nunca encontrou nada que lhe coubesse propriamente
Meu oco tão sem graça e sem motivo
Cada vez mais acostumado a ser vazio.
Já teve em si o eco de tantos nomes
Já teve enfim o rosto de outros homens
Que ficou um vazio aquarelado.
Já teve algumas vozes diferentes
Já ficou em silêncio e tão somente
E ecoou como um velho sino em busca de atenção...
Algo em mim que está vazio e agora cala
Na esperança vã de ouvir a fala
De alguém que há muito já deixou partir.
Carolina Verissimo

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Saudação a Lua

Se esta noite fores ver a lua
Que ao mesmo tempo é minha e não é tua
Pois de pés  descalços a estarei saudando
E tu um rosário ficas desfiando.

Danço seminua a lua em meu ventre
A benção da natureza permito que entre
Entre eu e deus estão os elementos
Saúdo a terra, encanto aos quatro ventos.

Desfolho as flores, me banho entoo cantos
Meu corpo, um templo de risos e prantos
A fé dos ciclos da terra é que professo
O amor a  a grande mãe aqui eu tenho expresso.

Carolina Verissimo



terça-feira, 4 de outubro de 2011

Poema a Isadora

Danço como a qualquer instante.
Danço sem permitir que as formas me escravizem.
Danço como um vento a bater janelas,
Como a noite escurece, como o fogo devassa
E a chuva que simplesmente acontece.
Danço como a natureza ensina,
Danço acasalando com o universo.
Como se fosse a última coisa
Danço pra acalmar a doida
Que varre dentro de mim.

Carolina Verissimo

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A espera de um amor em conta gotas

A moça no seu vestido azul aldol
Caminha solitária
Examinando o chão
A procura de uma lata
Que quando encontra
Imediatamente cata...
Os olhos brilham como alumínio
Como naquela outra vez
Aniquila  migalhas de sonho
Depois conta até três
E repete o ritual medonho.
 
Carolina Verissimo

domingo, 2 de outubro de 2011

A dádiva do desespero

Aqui sentada espero ter coragem para me mover
Engulo a saliva inexistente
Examino os calos nos meus pés,Atiro longe os sapatos de salto
Rastejo em meu vestido de festa
Vermelho aos farrapos
Como um velho coração partido.

Desalinho as marcas de expressão
Enquanto respiro profundamente
Na garganta o velho nó de sempre
O mesmo vazio conhecido
A eterna dor familiar
Sorrindo maliciosamente 
E convidando para o chá.

Carolina Verissimo

sábado, 1 de outubro de 2011

Ás samambaias e a tudo que não posso amar.

Sou toda vazio e vão egocentrismo
Sou toda incapaz de entender o outro
Sou a própria loucura e paixão pelo abismo
Sou a solidão normal de um bicho solto.

E quando apenas quero um pouco de dormência
Vejo a insanidade chegando a galope
Em meio a toda minha impaciência
É que ainda aplico meus pequenos golpes.

Então sobrevivo só por esse dia
Tendo apenas o estritamente necessário
Assim suporto a minha agonia.

Aqui espero alguma epifania
Algo que me desperte dos devaneios vários
Que a minha mente ainda crê e cria.

Carolina Veríssimo