Pesquisar este blog

domingo, 25 de abril de 2010

Sobre Christiane e olhares raivosos.


O filme Christiane F,13 anos, drogada e prostituida e baseado num livro sobre uma garota alemã que achava que a vida era uma merda e depois de usar Heroína teve certeza.
A história em si é cheia de obviedades que talvez não fossem tão obvias na década de 70.
Tem um diálogo no filme em que uma garota diz a outra " se não usar camisinha pode pegar doença na boca", quanta inocência, naquele tempo nem existia HIV ainda, eu acho.
O que salva é a trilha sonora e a parte do show do David Bowie (onde ela ainda tomava boletinha só).
Se na década de 70 a podridão estava porr toda parte e entrava pelas veias dos viciados desesperados, hoje é um pouco pior, existe mais desespero e novas drogas... e Bowie já é um coroa...
Chris, que compartilhou tão generosamente sua miséria com a gente tornando-se íntima dos que conhecem sua história, recaiu anos depois e seu filho vive em ma instiuição para menores nos arredores de Berlim.
Pobre garota descobriu que o mundo era muito mais podre do que pensava.
Vivemos num mundo onde todos ou quase todos já olham para trás com raiva. Igual a música do Bowie. Igual a Christiane e tantos muitos outros.

sábado, 24 de abril de 2010

Mais uma aventura do urubu verde.


"O homem pode, é certo fazer o que quer, mas não pode querer o que quer" (Schopenhauer)
Tirei essa citação do seguinte blog :
http://ofilhododono.blogspot.com/2010/03/o-homem-pode-e-certo-fazer-o-que-quer.html
então se alguém diagnosticar que afrase não é do tal alemão, avisa o cara aí também.


Ontem mesmo conversava com alguém sobre querer as coisas e pessoas erradas, sobre a tal moral que anda o tempo inteiro com uma faca no nosso pescoço para punir qualquer maldade (pretensa) que imaginamos. Por exemplo quando desejamos que certo rival receba uma proposta irrecusável de emprego em outro sistema solar e ACEITE.
Ou simplesmente a antiga companheira que tenho, a minha vontade de desaparecer ( as vezes da certo).
Tem umas coisas terríveis que a gente se atreve a pensar as vezes sobre as pessoas. Mas se for pensar bem porque todo mundo insiste em tentar parecer tão bonzinho sempre...
Porque somos treinados para esse altruísmo fajuto que da de si mesmo quando se sente amputado fazendo isso?
Porque achamos sempre que temos que satisfazer os outros e não a gente mesmo?
Estou farta das mocinhas de novela do dia- a dia, cansada dos bons moços.
Desculpe, eu sempre preferi o lobo mau.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Esperança


"A esperança é um urubu pintado de verde."(Mário Quintana, é o que diz o tio google,pelo menos,mas não tenho certeza se é dele essa frase .)
"Torço muitíssimo para que você tenha perdido o celular, ficado sem internet, amputado os dedos e por um desses motivos ou mais é que não tenha me respondido o que te escrevi. Eu sei que peguei pesado, falei por enxurrada, lembra quando eu me referi a diarreia emocional? Agora você entende o que eu quis dizer. Eu sei que não fica nem bem na minha idade tanto extremismo, um romantismo tão exacerbado, sei que eu deveria ponderar mais, mas não pondero, não sei como se faz, simplesmente não consigo. A minha vontade é tão insana e absurda que chega a provocar tremores,febres e pesadelos. Nunca entendi porque te quero desse jeito. Nem da outra vez nem agora. É como se eu estivesse sendo movida pela própria força que me consome... eu não estou enxergando um palmo na minha frente. Faria até panquecas no café da manhã pra você, mas não sei ligar o fogão. Que tal um sexo oral? Será que o amor é essa coisa torta?(não essa coisa torta) me refiro a esse sentimento torto atordoante que atualmete faz parecer que vou parar de respirar se você ficar longe ou enlouquecer completamente se você ficar perto mas quiser ser só meu amigo."

Isso não tensiona ser literatura e sim um desabafo compartilhado.
Não tem a menor intensão de parecer chantagem emocional, e não me importo como as pessoas vão julgar isso.
Apenas gostaria de externar para o mundo a carta que não tive coragem de mandar a uma certa pessoa, na esperança de que essa pessoa leia de maneira mais impessoal no blog e em último caso eu possa negar até a morte que foi pensando nela que escrevi as tolices acima.
Tudo isso na atitude bizarra e totalmente suspeita de retocar as penas do meu urubu verde.
Não é fácil pra mim escrever expondo o meu lado mais frágil romântico e inseguro, mas considero uma experiência edificante e corajosa, exibir a Carolina mais verdadeira que nenhum dos meus outros blogs jamais viu antes.
Pasme quem leu os contos da perversa e não reconhece nessas palavras a mesma pessoa.
Sim sou eu, as mesma carne e os mesmos ossos atras de um teclado muito parecido, só que ansiosa por emoções verdadeiras, farta de "sefazol', com pressa de ser compreendida como um ser humano, e profundamente inspirada a falar disso com quem se dispuser a ouvir/ler.
Foda-se quem preferia o sarcasmo, mas ele deixou de servir como um jeans que apertado esqueci no armário. Quero ser vista, sem máscaras ou personagens.
O desamor, a frieza e o cinturão da mulher maravilha não combinam mais comigo. E embora não me veja de avental fazendo panquecas para ninguém, deixei de me enxergar com antes.
Sobrou uma dose de inquietação pra sobreviver ao tédio impagável e implacável, para não ser engolida pela rotina ou sufocada pelo comodismo.
Não desejo me acomodar, pelo contrário desejo um par pra se inquetar comigo.
Ou me acostumar sozinha mesmo, que solidão a dois ou em grupo é a pior coisa, mil vezes falar sozinha na frente do espelho (uma antiga mania).

Outra do Quintanão:
"POEMINHA DO CONTRA
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!"

terça-feira, 20 de abril de 2010


Terrível é sentir-se emborcada, escorrendo esvaziando-se sem fim, terrível é a desesperança...
O cansaço toma conta dos locais aonde o tédio ainda não se instalou.
A música entristece mais do que distrai, o nó na garganta nunca nunca deixa de oprimir.
Espera-se muito pouco e até as migalhas andam se tornando objetos de luxo. Que se esmigalham ainda mais qunado se tenta esconde-las da gula alheia nas mãos apertadas.
Estou cansada demais para mendigar, atirei longe a minha cuia...
Onde encontrar algo que me satisfaça nas minhas sedes e apetites mais primitivos?
Por onde vedar o ralo do meu vazio interior, como parar de escorrer?
Vejo-me sentada no fundo de uma piscina vazia sem saber como fui parar lá e nem como sair.
Estou gasta, preguiçosa de tudo, a contar moedas de madrugada.
Nunca mais soube o que era desejar de verdade, só desejos paleativos, esparadrapos emocionais, placebos que parecem remediar mas só enganam.
Tem uma criança indefesa dentro de mim, que eu espanco quando chora demais sem saber que é em mim que direciono com raiva minhas proprias bofetadas.
E e ela começa a devorar minhas paredes com sua boquinha lamuriosa, enquanto tento não perceber o quanto o buraco que era eu parecia aumentar...

sábado, 17 de abril de 2010

Talvez um dia tudo seja bem mais do que apenas fragmentos.
Coisas esquecidas, depois relembradas, mas sempre aos pedaços,sempre sem saber o que de fato deu errado.
Eu dei errado, estou cansada demais pra ficar tentando remendar as coisas.
Preferi um tipo de quase solidão... um tempo a mais de pijama em casa, observando o esmalte gasto, o banho por tomar,o tudo por fazer enquanto nada acontece.
Quase não tenho paciência pra mais ninguém tanto quanto quase ninguém mais me aguenta.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Repetitivamente


És todo círculo, repetição e dejavü...
As mesmas mãos, a pele igual, também os olhos eram idênticos aos do retrato imaginário que eu guardava.
Igual sentado no mesmo lugar me esperando, idêntico nos modos delicados...
Idêntico o desejo regado a vinho...exatas as lembranças das mesmas coisas.
"Lembro exatamente da tua geografia"
Tudo são apenas línguas e dedos deslizando na pele...o desejo foi inteiro conservado...
"Quanto tempo se passou?"
"Parece que o tempo não passou..."
Iguais os lugares, idênticas as sensações e vivas as lembranças.
Você viu a face transtornada
"Por favor não fuja"
E só água do mar, e você não imagina o quanto pesa levar um oceano dentro. (Carolina Veríssimo)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Denovo, tudo denovo....
Parecendo demais como me lembrava de você.
Gosto de vinho e cigarros como da última vez.
Água salgada vinda de dentro como você se lembrava.

Denovo, tudo denovo,
Admito que sentia falta de me sentir assim
A moça de luto que pôs uma rosa nos cabelos,
e dançou sozinha no seu quarto de olhos fechados.

Denovo desejo completo, absurdo, incoerente
Pernas e braços, algum dia eu deixei de te abraçar?
As lembranças estão vivas, quanto tempo faz...
"Aprenda a observar o tipo da uva escrito logo embaixo da marca do vinho"

É tudo apenas uma repetição ou uma chance de retomar de onde paramos?
Será que vou um dia saber o porque ou onde nós erramos?
Apenas segure a minha mão, as ruas aqui são as mesmas ainda.
Apenas vamos caminhar na noite que está escura e linda .

A nossa esquina de estimação ainda estava no mesmo lugar
Com essas lembranças onde vou parar?
Agora, mesmo com tudo tão igual e diferente
Porque a mesma coisa acontecendo com a gente?