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terça-feira, 20 de abril de 2010


Terrível é sentir-se emborcada, escorrendo esvaziando-se sem fim, terrível é a desesperança...
O cansaço toma conta dos locais aonde o tédio ainda não se instalou.
A música entristece mais do que distrai, o nó na garganta nunca nunca deixa de oprimir.
Espera-se muito pouco e até as migalhas andam se tornando objetos de luxo. Que se esmigalham ainda mais qunado se tenta esconde-las da gula alheia nas mãos apertadas.
Estou cansada demais para mendigar, atirei longe a minha cuia...
Onde encontrar algo que me satisfaça nas minhas sedes e apetites mais primitivos?
Por onde vedar o ralo do meu vazio interior, como parar de escorrer?
Vejo-me sentada no fundo de uma piscina vazia sem saber como fui parar lá e nem como sair.
Estou gasta, preguiçosa de tudo, a contar moedas de madrugada.
Nunca mais soube o que era desejar de verdade, só desejos paleativos, esparadrapos emocionais, placebos que parecem remediar mas só enganam.
Tem uma criança indefesa dentro de mim, que eu espanco quando chora demais sem saber que é em mim que direciono com raiva minhas proprias bofetadas.
E e ela começa a devorar minhas paredes com sua boquinha lamuriosa, enquanto tento não perceber o quanto o buraco que era eu parecia aumentar...

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