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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Espera


Há uma parte de mim que definitivamente ainda sonha e espera que algo de muito especial aconteça dia após dia, o problema é que normalmente não sei onde deixo essa parte e permaneço descrente, tosca e boicotando sempre a mim mesma.
E isso é algo que somente eu poderia resolver.
Fico sentada na varanda da minha vida presenciando a mediocridade dos dias, o vazio dos amores que acabam e a dor dos que não acabam, sem nunca ter certeza em qual dia da semana estamos.
Esperando um recado reanimador, qualquer coisa que tornasse a vida mais suportável, menos idiota.
Esperando ser salva e tendo cada vez mais a incômoda certeza que ninguém salva ninguém da própria vida,nem sequer nós mesmos, que todo mundo acaba se acostumando com a textura e a temperatura da lama em que está afundando, com preguiça e ressaca demais para sair dela e com a presistente e igualmente incômoda sensação de que tudo ao meu redor está sempre morno e azedo como vômito.
Na agonia de uma espera que parece nunca terminar.
(Carolina Veríssimo)

Um comentário:

  1. Muito lindo;) Me lembrou uma música: Mas sei que uma dor assim pungente não há de ser inutilmente. A esperança dança em corda bamba de sombrinha e em cada passo dessa linha pode se machucar...
    Azar! A esperança equilibrista sabe que o show
    de todo artista tem que continuar...

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