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terça-feira, 20 de julho de 2010

Qualquer


Qualquer lugar da onde eu nunca saia a tua espera
Qualquer tempo que não me envelheça enquanto isso
Qualquer idade que não chegue ,que não passe
Qualquer azul que jamais se desbote e torne-se cinzento.

Qualquer ideal que jamais perca o sentido
Qualquer pessoa que não nos desaponte
Qualquer pedaço de pano que nos aqueça
Qualquer pão que nos amenize a fome.

Qualquer cura para qualquer doença
Qualquer espetáculo bizarro ante aos nossos olhos
Qualquer flor murchando, petála caindo , ou despedida.
Qualquer éter, fuga em qualquer direção...

Qualquer coisa que a nossa imaginação sustente
Qualquer medo que não nos abandone
Qualquer vestígio de originalidade que nos sobre
Qualquer riqueza na mão de qualque pobre.

Qualquer veludo para o nosso tato
Qualquer prazer, qualquer ilusão
Qualquer vazio é o mesmo, é fato
Sem que jamais entendamos senão.

(Carolina Veríssimo)

Um comentário:

  1. belíssimo, belíssimo!

    imaginei um recitar, sabe....bom poema para recitar.

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