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domingo, 2 de maio de 2010

Buraco sem fundo

Nas ocasiões das festas de fim de ano e aniversários da minha infância, após perseguir longamente o prato da linguicinha (praticamente não desgrudar dele) ou comer o trigésimo oitavo brigadeiro, costumava ouvir os adultos dizerem "essa menina tem um buraco sem fundo". E se naquele tempo o buraco do estômago era sem fundo com o tempo outros buracos foram aparecendo muito mais incomensuráveis que um apetite infantil em dia de festa.Inclusive um buraco no próprio estômago afinal tanta consumição ia acabar numa gastrite um dia.
Fico parada na beira do meu buraco sem fundo olhando quantas coisas já perdi dentro dele, namorados, que depois que viram ex ficam todos tão iguaizinhos, já foram o amor da minha vida e depois descobri que nunca me preencheram por completo. Tem coisas ali de todas as minhas fases, da criancinha assustada e torturada pelos irmãos(um irmão, e três irmãs, eu sou a quarta filha e tem uma caçula, faça as contas ao todo 5.) , da adolescente com crise de patinho feio e desesperada por amor, o desespero por amor em diversos outros momentos...
Da garota que pensou já que não sou bonita eu posso ser sexy então serei amada e descambou numa grandissíssima vagabunda até se dar conta do quanto era patética fazendo aquelas coisas com cara de fodona e resolveu se emendar e virou mãe ( com um dos ex namorados iguaizinhos).
Agora o resto que sou de todas as minhas decepções está paradinho na beirada do buracão assustador tentando entender o que faltou de fato naquele espaço, cogitando se ali, naquele aterro sanitário das emoções houvera caído um meteoro ou um tiranossauro rex na pré -história cavara aquilo ali pra enterrar alguma coisa e foi interrompido deixando o buraco ali.
Tudo o que foi colocado dentro do meu buraco caiu e se perdeu lá dentro e agora fico tentando pescar as coisas dentro do meu vazio emocional pra me entender um pouco mais.Melhor seria seo tiranossauro tivesse concluído o serviço.

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