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quinta-feira, 6 de maio de 2010

PEN DRIVE



"OUSE POIS O INFERNO PERTENCE APENAS AOS MEDÍOCRES."

"Nunca vi um débil mental hesitar, todo imbecil é convicto. O inteligente não tem certeza de nada."
(Oswaldo Montenegro em entrevista a revista Trip)

Eu espero realmente que mediocridade não seja sexualmente transmissível e nem contagiosa por vias aéreas.
Acho que não é... é como um cheiro de esgoto a céu aberto mas se você passa por ali e vai embora não se contamina, e se tiver que ficar perto basta tampar bem o nariz.
Quando se é fora da média tem-se dificuldade de entrar numa calça (se o que estiver fora da média for a bunda) ou em ambientes, se o que tiver ocupando muito espaço for a cabeça da gente.
As vezes tenho a sensação de as mãos estarem fazendo algo que precisa ser feito mas a cabeça está fluindo em outra frequência, ou com aquele refrão maldito que não sai de lá de dentro da caxola, ou a vontade de fazer um desenho, ou uma pessoa, ou mesmo a dúvida cruel se deixou a luz da cozinha acesa ou apagou.
Quem me conhece um pouquinho aprendeu a diagnosticar esse estado e normalmente diz algo do tipo "por onde está voando Carol?"ao que normalmente eu respondo um lacônico "nada" ou mesmo "que???" e volto a pensar se o celular deve ter ficado sem bateria ou o que.
Tem um livro do Paulo Coelho, que fala sobre isso e chama esse fenômeno de segunda mente mas agora não recordo qual é o livro.
Essa outra frequência em que a cabeça da gente trabalha e faz tudo com o nosso disco rígido enquanto levamos nossos pensamentos mais criativos num tipo de pen drive (para ouvir música escondido).
Então enquanto fazemos um relatório chatíssimo, por exemplo, em algum lugar da nossa cabeça está tocando Lucy in The Sky Whit Diamonds e conseguimos suportar um pouco melhor o jeans apertado do mundo cotidiano.
Hoje quand0o aquela sua colega estiver contado sobre a joanete dela ou dando o livrinho do Avon pra você ver, vou sugerir um poema do Neruda pra vcoê abstrair na hora.

"Te amo, te amo, é minha canção
E aqui começa o desatino.

Te amo, te amo meu pulmão,
te amo, te amo minha videira,
e se o amor é como vinho
és minha predileção
desde as mão até os pés:
és a taça do depois
e a garrafa do destino.

Te amo pelo direito e pelo avesso
e não tenho tom nem tino
para cantarte minha canção,
minha canção que não tem fim.

Em meu violino que desentoa
te declara meu violino
que te amo, te amo minha violoncela,
minha mulherzinha escura e clara
meu coração e minha dentadura,
minha claridade e colher.
meu sal da semana escura
minha lua de janela clara."

2 comentários:

  1. Dedicado a lú... com todo o meu amor e profundo desejo de que você seja forte.

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  2. parabéns pelo blog, muito legal
    me sinto menos cafona quando encontro outros como eu, que curtem e escrevem poesia.
    very nice!

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